Quem sou eu

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Goiânia, Goiás, Brazil
Sou uma pessoa que não consegue confiar pela metade, que acredita nas pessoas que ama mais do que elas próprias acreditam. Que ama e que espera ser amado e que nisso nunca o deixaram na mão.

sábado, 27 de agosto de 2011

PICHADOS.

Bateram no portão e fomos ver quem era. Um amigo, do qual nem lembro o nome talvez se chamasse Júnior, nos chamou para andar na rua de trás da nossa casa, onde dizendo ele algo muito interessante nos esperava. Pedimos para que nossa mãe deixasse agente ir à rua de trás e ela deixou e essa era a segunda melhor coisa que aconteceu naquele dia, mas nós nem fazíamos ideia disso. Pegamos nossas bicicletas e fomos.
     “UM CAMINHÃO DE PICHE”. Gritamos juntos. Admiramos aquele caminhão carregado de piche, aquele buraco cavado no chão onde ele estava jogado e o cheiro, que talvez só naquela época, nos era maravilhoso.    
Quase tão sujos quanto nós.
     Não admiramos por muito tempo, corremos e pulamos com nossas bicicletas dentro do poço de piche. O piche grudou em nossas rodas e nós no piche, em nosso primeiro pulo afundamos até os joelhos, só saímos de lá depois de cinco minutos cavando com as mãos aquele espesso lago de piche.
     Lembrei dessa ocasião quando li um texto do meu irmão. E ele tem razão, nada se compara ao prazer de se juntar ao seu melhor amigo para pular e rolar no piche, na lama, no barro, na areia, nas arvores, nas ruas e até mesmo nas enxurradas aonde achávamos que éramos piratas muito mais faceiros do que o próprio Sparrow.
     A única coisa que nós dois não tínhamos parado pra pensar naquele dia, é de que minha mãe só tinha uma regra “voltem assim que escurecer”. Quando o sol sumiu eu e meu irmão tomados de uma consciência mútua olhamos um pro outro com um olhar de medo, sabíamos que tínhamos que voltar correndo, só não sabíamos como nos limpar para ir pra casa.Sujos de piche dos pés a cabeça, eu e meu irmão adotamos mais uma de minhas engenhosas ideias:

 “ Rola na terra que o piche sai”.

     Lá íamos nós cobertos de piche e terra desde a roda da bicicleta, que já não rodava mais tão eficiente, até o ultimo dedo mínimo, que também não funcionava com tanta eficiência. Minha mãe esperava por nós no portão, e nós em um misto de alegria, pelo dia que tivemos, e medo, pela noite que teríamos. Recepcionados pelas risadas da minha mãe, fomos direto para o banheiro. Dois meninos, ou melhor, duas criaturas feitas de piche e terra que tiveram os pés lavados durante meia hora. Aquele banho foi tão longo que meu irmão ficou algumas semanas sem tomar banho só pra compensar, e isto se tornou um hábito. O piche era tão grudento que nunca mais sairá da minha memória, e mesmo que tentasse sair da minha ainda teria meu irmão pra me jogar no piche de novo.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Brodaway in more one way.

Chegou ao ponto de seu ônibus e esperou. Notou que a placa que indicava a rota do ônibus, que ficava normalmente pendurada por dois arames, estava com uma de suas amarras solta; fez uma cara de quem não se importava o que era mentira.
O ônibus que iria pegar era o 020, mais conhecido como maldito 020, ele tinha que escolher entre a educação que existia nos 019, ou a falsa impressão de velocidade que existia nesse. Escolheu esse e por lá esperou, não foi o único a notar a placa colocada desleixadamente e logo em seguida um homem gordo vem carregando uma escada em uma mão e um pote de arrame em outra. Pensou: “Só mais um dia comum nestes 020, mais um doido querendo entrar com uma escada dentro do ônibus”. Naquele momento surgindo de trás do homem gordo, até agora desconhecido, surge um segundo homem este mais magro e baixo que o primeiro.
Ao ver tal sena não pode deixar de lembrar-se do gordo e do magro, aquela dupla dinâmica que matava os seus avós de rir. Riu em silêncio e sua lembrança imediatamente foi concretizada na sua frente, os dois desconhecidos que lhe lembravam-no o gordo e o magro decidiram fazer uma última peça para seu público também desconhecido. 

Começa a tocar uma música daquelas animadas de piano que eram clássicas de filmes mudos. O baixo magro segurou a escada e puxou a corda, a escada de bombeiro começou a subir com um tec tec familiar de algo muito velho. O gordo com medo diz algo que faz com que o segundo fique com cara de babaca, analisa a situação e começa a analisar a escada em prol de sua segurança. Faz com que o gordo segure a corda para que possa subir em segurança e começa a subir. Começa a tocar uma musica de suspense. O magro sobe e a cada vez que pesa a perna na escada ela geme de dor e o público de aflição, o gordo desesperado começa a gritar, sobe uma placa com as palavras “ TOIN DESCE QUE A ESCADA VAI CAIR”, o magro empenhado em sua tarefa segue-a como se estivesse em uma corda bamba, e ao chegar ao topo da escada lembra-se que o barbante ficou com o gordo, outra placa “ MANDA A CORDA”, obediente o gordo larga a corda para pegar a outra corda, PANRAM , o magro desequilibra e decide descer para dar um sopapo no gordo. O gordo já está com ataduras no olho quando o magro começa a subir em seu palco, sua plateia vibra. Ele consegue fazer tudo na ordem certa depois de tentar pela terceira vez e o gordo que sofre com vários hematomas por causa da falta de memória do magro. O magro desce se despede da plateia e ri para o gordo que já está feliz novamente. Os dois se viram e vão embora esbarrando em todos com sua gigantesca escada, a tela vai fechando e a música de fundo sumindo.

O garoto não sabia se o que vira era obra de sua imaginação ou não, e nem ao menos queria descobrir, apenas se deliciava de ver cena tão formidável como um último espetáculo naquela segunda feira sem fim. Viu que seu ônibus vinha e se concentrou para entrar no ônibus, mal sabia ele que ali começava outra história que não convém mencionar agora.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Doce dia meio amargo, ou dia doce meio amargo.

Dormir depois do almoço, além de ser algo que não gosto de fazer, sempre causa confusões ao resto do meu dia. Não acontecia a tempos de eu acordar gritando "Ai meu Deus". Posso dizer que tive um dia meio amargo, mas mesmo assim doce.

Dormia, sonhava com algo que eu não entendia direito, letras passavam na minha frente, como se estivesse lendo algo em uma velocidade estrogonoficamente rápida. De repente essas letras foram interrompidas por um relógio que piscava em letras de neon verde na minha frente (ficariam impressionados de saber a frequência com que isso acontece), e isto em meus sonhos sempre quer dizer que eu estou atrasado.

Mãe, perguntar, 4:00, assustar, confirmar, desesperar, banheiro, pia, água, toalha, desodorante, meias, sapato, blusa. Porta, desespero, escadas, escadas, escadas, desespero. Relógio, correr, cruzamento, atravessar, quase atropelar, desculpar, correr. Chegar, acalmar, olhar, tentar entender, arrepender, rir, chorar.

Mais estranho pra mim do que dormir a tarde, é chegar no colégio pra dar aula e ver uma pessoa que só vai ao colégio as terças?  Pode ser um sinal, e pode ser ignorado. Ignorado como foi, só fui descobrir que hoje era terça e não quarta depois de aluns minutos de desespero. Me acalmei e comecei a fazer nada, e o fiz muito bem. Recebi uma hora mais tarde um convite para me encontrar com a Jéssica, vulgarmente chamada por alguns de Jeka, e só hoje descobri o porque desse apelido.

Ônibus, catraca. Motorista, orientação, perguntar, ônibus errado. Horário de pique, sinaleiro, engarrafamento, rótula, engarrafamento, avenida, engarrafamento, esquina, engarrafamento. Descer, ponto errado, aborrecer, procurar, correr. Correr, encontrar, correr, dobrar uma, seguir outra, rodear outra, chegar, acalmar, acalmar.

Conversar é bom, com quem se gosta mais ainda, e levado em conta que eu converso o proporcional ao que gosto da pessoa... Bem eu voltei para casa, e decidi não pegar ônibus algum para que não passasse raiva. Funcionou, comprei um pedaço de torta que nunca tinha comido, e sinceramente é realmente muito chocolate pra mim. Mas apesar de um ou outro acontecimento que me estressaram, meu dia foi bem doce.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Clichê ou Chiclé.

Tento escrever, varias vezes apago.
Tendo que escrever meus textos ficam vagos.
E quando vagos,vejo que os faço no puro descaso.
E de repente, sem um infelizmente, escrevo fervorosamente
Sobre aquilo que me faz contente,
Sobre aquilo que posso dizer por ser o simplesmente,
O que pra mim seria o simplesmente?
Talvez um sorriso de um velho sem dente,
Que ri sem medo de ser contente;
Deixando quem vê este sorriso liso 
A sensação de um contente rebuliço.


Se eu não entendo o porque de eu postar isso,
Talvez alguém entenda e se encha de risos,
e mesmo sem querer te explicitar,
Sei que isto irra te alegrar,
O poema mais idiota só faz sentido,
Pra quem esta por dentro do acontecido.


E pra quem consegue rimar alguma coisa com sacola também.